terça-feira, 15 de julho de 2014

Delírio da Lauren Oliver

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Pessoas! Como estão? Eu resolvi resenhar essa trilogia apenas quando eu completasse com todos os três volumes, o primeiro saiu aqui em 2012; o segundo, em 2013; e agora o terceiro saiu aqui no Brasil. Eu li os dois primeiros nos anos de lançamento, mas reli antes de conferir o terceiro para refrescar a memória. Lembrando que o piloto que a Fox filmou para a TV está disponível no canal WIGS, no Youtube. Para quem já leu os livros eu recomendo conferir o piloto, mas para quem ainda não teve oportunidade deixe para conferir assim que acabar de ler a trilogia (#ficaadica). Vamos para a resenha agora! 

 Delírio é um livro da Lauren Oliver, publicado no Brasil pela Editora Intrínseca. Possui 342 páginas.
 
Em um futuro não distante, o amor é considerado uma doença mortal: o mais fatal dos males. Conhecido como amor deliria nervosa, uma vacina é obrigatória aos 18 anos. A vacina o deixa imune de se importar, de pensar de modo fútil e, principalmente, de amar. Lena Haloway acredita piamente no sistema, acredita que ser curada é o certo e resolverá tudo. A garota acredita que o amor mata, que você pode morrer de amor ou da falta dele. 


"Há sessenta anos o presidente e o Consórcio identificaram o amor como uma doença, e faz quarenta e três anos que os cientistas descobriram uma cura. Todas as outras pessoas de minha família já passaram pela intervenção. Minha irmã mais velha, Rachel, está livre da doença há nove anos. Está protegida do amor há tanto tempo que diz que nem consegue se lembrar dos sintomas [...]" - pág. 07

   Nessa sociedade, meninos e meninas são separados até a cura, não frequentam as mesmas escolas e não podem manter contato físico nem verbal. Toda ação suspeita é interrompida imediatamente e os infratores são levados para uma vacina precoce, tudo para a doença não se espalhar e ficar como antigamente, em que o amor era visto como algo inofensivo e belo. Lena vive com seus tios e suas primas mais novas, Jenny e Grace, sua irmã vive com seu marido e raramente a visita. 

   Lena e sua melhor amiga, Hana Tate, são quase inseparáveis, não importa o quanto digam que depois da cura as duas vão ser como desconhecidas. As duas correm juntas depois da escola, e sempre apoiam a outra. Apesar da diferença de classe social, Lena e Hana não ligam para isso, elas são amigas. A família de Hana é rica, enquanto a de Lena carrega um passado marcante por causa do deliria e não possui muito recursos financeiro. 

   É por causa desse passado que Lena deseja a cura mais do que tudo, ela deseja mostrar que não sucumbirá à doença. A garota só não contava com um detalhe: conhecer Alex Sheathes no dia de sua intervenção. Agora tudo mudou, ela prefere sofrer de amor do que acreditar que o amor é algo letal como dizem. 

"Amor- uma única palavra, algo delicado, uma palavra que não é mais larga ou longa que uma única lâmina. É o que ela é: uma lâmina, uma navalha. Ela corre pelo centro de sua vida, cortando tudo em duas partes. Antes e depois. O restante do mundo cai em ambos os lados." - pág. 237

   Lauren Oliver criou uma história completamente diferente, acho que ninguém nunca imaginou o amor como uma doença igual a ela. A autora criou toda uma história de fundo para sua própria narrativa em sim. Oliver, antes de cada capítulo, colocou alguma citação do sistema que criou como os sintomas e as fases do amor deliria nervosa e cantigas incentivando a cura. E o livro fica mais interessante quando você relaciona todos os sintomas criados por elas com o amor de hoje, que por mim funcionou direito. 

   No primeiro livro a visão de Lena é mais explorada, como ela acredita muito no sistema até o momento em que ela passa a criticá-lo como algo falso e forjado. Mesmo depois de conhecer Alex e se apaixonar por ele, a protagonista não passa a ter uma visão radical de tudo. Lena só passa a ter esse pensamento após descobrir a verdade por trás da morte de sua mãe. 

   Por esse motivo Delírio não possui muita ação ou uma melhor apresentação do mundo distópico de Lauren Oliver. O livro narra a mudança de pensar e agir da protagonista de acordo com seu conhecimento limitado e sua pouca vivência. E por causa desse modo de narrativa que o livro acaba se tornando meio cansativo, apenas nos capítulos finais que a história se torna algo diferente e ágil. 

   Delírio se tornaria uma série de televisão pela Fox, que produziu um piloto com Emma Roberts interpretando a Lena e Daren Kagasoff como o Alex, mas o projeto foi rejeitado pela emissora. Só que, para matar a curiosidade dos fãs, a plataforma Hulu disponibilizou o piloto produzido no site e, para localidades internacionais, no Youtube. E, sinceramente, eu fico feliz pela decisão da Fox. 

   A própria autora explicou que para transfomar o livro em uma série de TV seria necessário mudar e acrescentar algumas coisas, mas mesmo assim ficou corrido, sem noção e mudou completamente algumas coisas que são importantes no primeiro livro. Eu assisti antes de ler o terceiro livro, o que foi decepcionante porque o piloto continha um spoiler do livro.

   Delírio é um início de trilogia razoável, mas que promete algo bem diferente. Apesar do começo lento e sem graça, a narrativa prende o leitor por apresentar algo inusitado e incomum. O leitor percebe a transição feita por Lena: de alguém indefeso que acredita no sistema para alguém que consegue perceber a verdade. Recomendo muito! 

"Instantes, momentos, meros segundos: frágeis, lindos e indefesos quanto uma borboleta voando contra o vento forte" - pág. 109

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